domingo, 25 de abril de 2010

Desafio XVIII- Resposta

Não etendes? Acabou. Deixa-o, deixa-o só. Acabou não etendes? Já não te ama, já não te não ama. Sim, ele lamenta. Mas já te esqueceu. Por isso, não é uma questao de te não amar. Já acabou, nada existe. Ele morreu, o eu dele que te amava, morreu. A tua insistencia patética em algo lógico como a morte exasperou-o ao ponto de perder o eufemismo. Não lamenta, e-lhe inteiramente indiferente. Queres insistir, queres chorar? Ele já te esqueceu, já não existes. Acabou.
Não te humilhes é desnecessário. Quando o amor cessou abriu-se uma enorme cova no coraçao dele. Que cobriu todos os dias com escassos pedaços prateados da tua doce memória. Vês, o passado é inutil. Este passado é inutil. De que lhe vale ter-te amado se já não te ama? Nem sequer te não ama, sente –se absolutamente indiferente. De que lhe serviu?
É-te util, a ti? Essas lágrimas doces e àcidas que te escorrem dos olhos até aos espirito, quando se esgotarem, vão deixar uma funda cicatriz no peito. Vai-te ser indiferente , ele, um dia. Vais lamentar duramente essa humilhação ridicula para teres de volta algo que já não existe.
“Não etendes?!”. A voz dele , grave. Funda. Mas o que te doi é o desinteresse melódico com que fala. Ah, agora a consciencia alcançou a tua mente. Etendeste. As palavras estão gastas, o passado é completamente inutil. Conseguiste até esgotar-lhe o silencio.
Esgotaste-o, a ele. E à sua voz, grave funda e melódica. Ele morreu , agora simplesmente existe sem ti. Preencheu a cova do coraçao com a tua ausencia. Já não existes. Esqueceu-te inteiramente, largou o estado paradoxal de te não amar amando-te.
Antigamente, costumava lamentar a tua ausencia. Ou a ausencia de si proprio. Ou o conceito de fim que estrangulava o coraçao .
Mas “o passado é inutil como um trapo”.

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