Eu tenho uma espécie de dever, dever de sonhar, de sonhar sempre,
pois sendo mais do que um espetáculo de mim mesmo,
eu tenho que ter o melhor espetáculo que posso.
E, assim, me construo a ouro e sedas, em salas
supostas, invento palco, cenário para viver o meu sonho
entre luzes brandas e músicas invisíveis
Eu tenho o dever de sonhar. Sempre soube que esse era o meu dever. Porque é a única coisa que sei fazer.
E era como agarrar o meu talento com as mãos e moldar espectáculos com fogo-de-artifício, bolhas de sabão e algodão doce. Era encantador ver os aplausos aos mundos múltiplos inventados em pétalas de flores.
Eu ficava quieta, no fundo do palco, observando a observação dos meus mundos.
Depois cresci e os meus sonhos evoluíram. Deixaram o açúcar do algodão agarrado às minhas mãos e tornaram-se abstractos e surrealistas. Eram uma névoa difusa de premonições com sentido. Um ponteiro magnético, pólo de ferro de ele próprio. Mas destes sonhos não senti aplausos. Estes sonhos não tinham cor, só prometiam cor. Só que eu não sabia fazer mais nada e por isso continuei a sonhá-los.
Mais tarde descobri que depois de sonhados, os meus sonhos eram representados. Alguém via a névoa difusa do meu caminho inventado e percorria-o. E ele torna-se azul, depois verde, depois amarelo, laranja, vermelho. Depois era real.
E ocasionalmente, alguém aplaudia. Um som fundo, que ecoava na maravilhosa caverna de sonhos do meu coração.
Afinal, eu sou mais do que um espectáculo de mim mesmo. E tenho o melhor espectáculo de todos.
pois sendo mais do que um espetáculo de mim mesmo,
eu tenho que ter o melhor espetáculo que posso.
E, assim, me construo a ouro e sedas, em salas
supostas, invento palco, cenário para viver o meu sonho
entre luzes brandas e músicas invisíveis
Eu tenho o dever de sonhar. Sempre soube que esse era o meu dever. Porque é a única coisa que sei fazer.
E era como agarrar o meu talento com as mãos e moldar espectáculos com fogo-de-artifício, bolhas de sabão e algodão doce. Era encantador ver os aplausos aos mundos múltiplos inventados em pétalas de flores.
Eu ficava quieta, no fundo do palco, observando a observação dos meus mundos.
Depois cresci e os meus sonhos evoluíram. Deixaram o açúcar do algodão agarrado às minhas mãos e tornaram-se abstractos e surrealistas. Eram uma névoa difusa de premonições com sentido. Um ponteiro magnético, pólo de ferro de ele próprio. Mas destes sonhos não senti aplausos. Estes sonhos não tinham cor, só prometiam cor. Só que eu não sabia fazer mais nada e por isso continuei a sonhá-los.
Mais tarde descobri que depois de sonhados, os meus sonhos eram representados. Alguém via a névoa difusa do meu caminho inventado e percorria-o. E ele torna-se azul, depois verde, depois amarelo, laranja, vermelho. Depois era real.
E ocasionalmente, alguém aplaudia. Um som fundo, que ecoava na maravilhosa caverna de sonhos do meu coração.
Afinal, eu sou mais do que um espectáculo de mim mesmo. E tenho o melhor espectáculo de todos.
Que lindo texto! Digno do teu próprio livro do Desassossego :)
ResponderEliminarFico sempre feliz por saber que os meus temas dão textos tão lindos :D
Oh, obrigada =) Ainda bem que gostaste!
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