Pergunte-se a si mesmo o que faria nessa situação.
O meu nome é António Azul. Obrigado. Sou detective e advogado dos mortos. Sei que conhece o meu escritório na Rua da Palma. E esta é a minha última noite no escritório. Vou voltar a ser contabilista. Estou a empacotar os últimos dossiers em caixas de cartão. Pilhas de memórias, tesouros de conhecimento. Talvez já tenha ouvido falar dos meus casos. Nunca ficou nenhum por resolver. Só este último é que não. Obrigado.
Pergunte-se a si mesmo.
Faço o meu curso, fico contabilista, caso, abro um escritório na Rua da Palma. Nem um único cliente. Passo dias e noites a aguardar. Sentado à mesa a ler jornais. E um dia, já fora de horas, batem-me à porta. Uma senhora de meia idade com ar aristocrático. Colar de pérolas, cigarrilha comprida. Sapato creme cor-de-rosa, meia-meia. Cabelo espalmado, chapéu preto. Vestido até ao joelho, denunciando as formas moldadas pela idade. Alguém saído da máquina do tempo. Sentou-se sem que conseguisse dizer uma única palavra. E ela, só conseguiu dizer uma única palavra. “Delinquentes”. Com o lábio torcido e uma certa flutuação mecânica na voz. E depois levantou-se, dirigiu-se à porta, e parou. Demorei a entender que queria que eu a abrisse. Abri, ela saiu. Obrigada. Evaporou-se no corredor.
O que faria nessa situação?
Hora de fechar o escritório. Andas a ver coisas, António. Mas quando fechava o jornal vejo a cara da senhora, escarrapachada num fundo de página. Talvez tenham ouvido falar. ”Condessa aparece morta\Polícia sem pistas”. Segui-lhe o rasto, fui à polícia, mostrei-me interessado. Fui considerado suspeito. Fui interrogado. Em nenhum momento contei o encontro. Afinal, antes assassino do que maluco. Descobri a morada, rondei-lhe a casa, uma mansão nos arredores de Lisboa. Estava pintada de cima abaixo de grafitis. Falei com o jardineiro. Obrigado. Soube dos problemas, das desavenças, dos desacatos. Dos miúdos delinquentes que vinham pintar as paredes da “velha doida”, da velha doida que aparecia em camisa de noite à janela para atirar água a ferver aos “miúdos delinquentes”. Da noite em que apareceu afogada na banheira. Do jardineiro que sabia tudo. Que ela lhes atirava com tudo o que estava à mão da janela.
Pergunte-se a si mesmo.
O que teria matado a velha? Procurei pelo jardim. Senti-me uma personagem de um livro de detectives. Levava o jornal debaixo do braço e tudo. Narrei na minha cabeça os meus passos, e depois tomei-os a sério, e fiz o que via acontecer no filme a preto-e-branco mental. Talvez já tenham visto a cena. O detective olha pensativo para a janela. Visualiza a vítima. Ela grita, ela arremessa projectéis. Que deviam cair mesmo naqueles arbustos. Ele penetra nos arbustos. Ele encontra embalagens de comprimidos. Ainda cheios. Ele pergunta ao jardineiro. São os comprimidos da senhora. Ela tem que os tomar todos os dias. Obrigado.
O que faria nesta situação?
Eu, não queria mais problemas com a polícia. Decidi regressar ao escritório da Rua da Palma, meter os frascos num envelope, e redigir uma carta muito detalhada com a história toda. A velha, enfurecida, tinha atirado os comprimidos pela janela. Provavelmente não tinha água quente, porque já estava a correr para o banho. Sem eles, entrou na banheira, e provavelmente sentiu-se mal. Sem ninguém junto, acabou por morrer. Seguiu tudo coladinho a um envelope anónimo para a esquadra. E a partir daqui, lavo as minhas mãos. Mas não consegui deixar de pensar se teria sido isto que a velha queria. Se quisesse mais, que tivesse sido mais explícita. Eu sou só um contabilista. Obrigado.
Pergunte-se a si mesmo.
Se não seria confuso que a partir desse dia e até hoje não parassem de lhe aparecer fantasmas, figuras, pessoas que batem à porta já de noite, entram quando eu a abro, sentam-se, dizem uma só palavra, levantam-se, saiem quando eu abro a porta, e desaparecem no corredor. Sempre uma só palavra. Felizmente o que poupam em palavras dizem em gestos. Obrigado. Foi isso que já me deu muito material para resolver muitos casos. Sim, porque já foram muitos. Talvez já tenham ouvido falar de alguns. Como daquela vez em que a polícia deu com um rapaz de seus vinte anos a arrastar um saco preto pela rua. Saco preto que tinha o cadáver da mãe. Em casa, descobriu-se uma cave cheia de correntes e objectos macabros. Teorizou-se que ele mantinha a mãe presa. Afinal, raramente era vista na rua. O pai morava fora do país, estavam divorciados. Não havia irmãos nem sequer visitas frequentes. E ele, o monstro, nem namorada tinha.
O que acharia desta situação?
Eu, quando li no jornal, achei o mesmo que a polícia. Mas depois, uma noite, ela bate-me à porta. Digo uma noite, porque por esta altura só os mortos eram meus clientes. E como os mortos só saem à noite, decidi abrir o escritório só à noite. E lá vinha ela, saindo do escuro do corredor, vestida de cabedal, chicote na mão, e correntes nos pulsos. Fazia um barulho dos infernos a andar. A palavra que me deixou foi “prazer”. Obrigado. Bastaram dois dias até estar em todos os jornais. Uma carta anónima revelara o que o filho não dizia por vergonha. Mantinha uma relação incestuosa de carácter sado-masoquista com a mãe. E efectivamente tinha-a matado, por asfixia. Mas por acidente. Morta num acto de paixão. De amor, talvez. Estranho, as coisas que os mortos querem. Parece que o seu grande fetiche é repor a verdade.
Pergunte-se a si mesmo.
O que faria se lhe batessem à porta. Fossem abrir. E vissem um indivíduo de pala no olho, traje renascentista. Uma cara que era familiar, mas não reconheciam exactamente. Como me aconteceu a mim ontem. O nome andou-me enrolado debaixo da língua. E depois lá saiu. Camões! Era a primeira vez que tinha um famoso ali. Pessoas que saiam no jornal, ainda era uma coisa. Agora, logo um homem dos livros. Logo o grande poeta do meu país! Obrigado. E que palavra me deixa ele? “Dignidade”. Obrigado.
Pergunte-se a si mesmo o que faria nessa situação.
Eu sei o que fiz. Dei um murro na mesa. E queixei-me. “Dignidade? Mas que raio de pista é essa?” Mas com o tempo já me tinha habituado que aos mortos não é permitida mais que uma palavra, se tanto. São os vivos, ou neste caso, eu, que tenho que preencher as outras nas suas frases. Felizmente, eles parecem livres para nos deixar outros elementos. Camões tirou um livro do peito e deixou-me em cima da mesa, com a contracapa voltada para cima. E levantou-se. Libertei-o.
Pergunte-se a si mesmo.
Que livro era esse? Hans Christian Andersen - Uma visita a Portugal em 1866. A passagem em destaque, essa era muito explícita. E tinha todas as palavras que o pobre Camões não podia dizer.
Larguei o livro e saí do escritório. Fui dar um passeio a pé. Por horas da madrugada. Quando já ninguém se vê nas ruas. Afinal, da Rua da Palma à estátua do poeta vai um curto tempo. O mesmo curto tempo que se leva a reparar no monumento. Pequeno para a dimensão da praça, harmonioso com o espaço, elevado e gratificante. Depois de ter visto Camões nos olhos, aquele da estátua parecia-me um impostor. Uma imagem colada a uma cidade que lhe foi madrasta. E divaguei, sentado num banco, com pensamentos abstractos. Pensei em metáfora. Pensei em todas as figuras de estilo. Entristeci enquanto amanhecia. Curioso, tinha passado tanto tempo a trabalhar de noite, que só naquele dia voltei a reparar no azul do céu. Com que facilidade a gente esquece as coisas mais óbvias da vida, espanta-me.
O que faria nesta situação?
Eu sei o que fiz. Voltei ao escritório já manhã. Devolver-lhe a dignidade que ficou perdida na história implica tingir o branqueamento da biografia do homem. Implicaria, talvez, derrubar-lhe a estátua. Implicaria derrubar o imaginário de toda a gente. Isso é demasiado. Achei que há casos tão grandes que não sou eu sozinho que os vou resolver. Fechei o escritório. Estou só a meter os últimos dossiers numa caixa de papel. Vou largar este maldito escritório da Rua da Palma. Obviamente já ouviu falar, porque se está a ler esta carta que vou deixar aqui, na gaveta da mesa, é porque é o novo ocupante dele. Obrigado por me ler, e por me libertar do peso de um segredo, do peso de uma missão. Resta-me desejar-lhe boa sorte.
Pergunte-se a si mesmo o que faria nessa situação que lhe contei, porque por certo vai ver-se nela. Eu, por mim, fartei-me de repôr verdades e lutar contra injustiças. Eu sou só um contabilista. As pessoas vão sempre ver o que querem ver. E achar o que querem achar. Por isso, vou voltar para o meu mundo certo da contabilidade. Os números não mentem. E também não morrem. Não arrastam segredos consigo. E por isso as pessoas não podem criar fabulações mentirosas à volta dos números. Nem interpretá-los como lhes apetece. Pelo menos, assim espero.
Obrigado.
António Azul
O meu nome é António Azul. Obrigado. Sou detective e advogado dos mortos. Sei que conhece o meu escritório na Rua da Palma. E esta é a minha última noite no escritório. Vou voltar a ser contabilista. Estou a empacotar os últimos dossiers em caixas de cartão. Pilhas de memórias, tesouros de conhecimento. Talvez já tenha ouvido falar dos meus casos. Nunca ficou nenhum por resolver. Só este último é que não. Obrigado.
Pergunte-se a si mesmo.
Faço o meu curso, fico contabilista, caso, abro um escritório na Rua da Palma. Nem um único cliente. Passo dias e noites a aguardar. Sentado à mesa a ler jornais. E um dia, já fora de horas, batem-me à porta. Uma senhora de meia idade com ar aristocrático. Colar de pérolas, cigarrilha comprida. Sapato creme cor-de-rosa, meia-meia. Cabelo espalmado, chapéu preto. Vestido até ao joelho, denunciando as formas moldadas pela idade. Alguém saído da máquina do tempo. Sentou-se sem que conseguisse dizer uma única palavra. E ela, só conseguiu dizer uma única palavra. “Delinquentes”. Com o lábio torcido e uma certa flutuação mecânica na voz. E depois levantou-se, dirigiu-se à porta, e parou. Demorei a entender que queria que eu a abrisse. Abri, ela saiu. Obrigada. Evaporou-se no corredor.
O que faria nessa situação?
Hora de fechar o escritório. Andas a ver coisas, António. Mas quando fechava o jornal vejo a cara da senhora, escarrapachada num fundo de página. Talvez tenham ouvido falar. ”Condessa aparece morta\Polícia sem pistas”. Segui-lhe o rasto, fui à polícia, mostrei-me interessado. Fui considerado suspeito. Fui interrogado. Em nenhum momento contei o encontro. Afinal, antes assassino do que maluco. Descobri a morada, rondei-lhe a casa, uma mansão nos arredores de Lisboa. Estava pintada de cima abaixo de grafitis. Falei com o jardineiro. Obrigado. Soube dos problemas, das desavenças, dos desacatos. Dos miúdos delinquentes que vinham pintar as paredes da “velha doida”, da velha doida que aparecia em camisa de noite à janela para atirar água a ferver aos “miúdos delinquentes”. Da noite em que apareceu afogada na banheira. Do jardineiro que sabia tudo. Que ela lhes atirava com tudo o que estava à mão da janela.
Pergunte-se a si mesmo.
O que teria matado a velha? Procurei pelo jardim. Senti-me uma personagem de um livro de detectives. Levava o jornal debaixo do braço e tudo. Narrei na minha cabeça os meus passos, e depois tomei-os a sério, e fiz o que via acontecer no filme a preto-e-branco mental. Talvez já tenham visto a cena. O detective olha pensativo para a janela. Visualiza a vítima. Ela grita, ela arremessa projectéis. Que deviam cair mesmo naqueles arbustos. Ele penetra nos arbustos. Ele encontra embalagens de comprimidos. Ainda cheios. Ele pergunta ao jardineiro. São os comprimidos da senhora. Ela tem que os tomar todos os dias. Obrigado.
O que faria nesta situação?
Eu, não queria mais problemas com a polícia. Decidi regressar ao escritório da Rua da Palma, meter os frascos num envelope, e redigir uma carta muito detalhada com a história toda. A velha, enfurecida, tinha atirado os comprimidos pela janela. Provavelmente não tinha água quente, porque já estava a correr para o banho. Sem eles, entrou na banheira, e provavelmente sentiu-se mal. Sem ninguém junto, acabou por morrer. Seguiu tudo coladinho a um envelope anónimo para a esquadra. E a partir daqui, lavo as minhas mãos. Mas não consegui deixar de pensar se teria sido isto que a velha queria. Se quisesse mais, que tivesse sido mais explícita. Eu sou só um contabilista. Obrigado.
Pergunte-se a si mesmo.
Se não seria confuso que a partir desse dia e até hoje não parassem de lhe aparecer fantasmas, figuras, pessoas que batem à porta já de noite, entram quando eu a abro, sentam-se, dizem uma só palavra, levantam-se, saiem quando eu abro a porta, e desaparecem no corredor. Sempre uma só palavra. Felizmente o que poupam em palavras dizem em gestos. Obrigado. Foi isso que já me deu muito material para resolver muitos casos. Sim, porque já foram muitos. Talvez já tenham ouvido falar de alguns. Como daquela vez em que a polícia deu com um rapaz de seus vinte anos a arrastar um saco preto pela rua. Saco preto que tinha o cadáver da mãe. Em casa, descobriu-se uma cave cheia de correntes e objectos macabros. Teorizou-se que ele mantinha a mãe presa. Afinal, raramente era vista na rua. O pai morava fora do país, estavam divorciados. Não havia irmãos nem sequer visitas frequentes. E ele, o monstro, nem namorada tinha.
O que acharia desta situação?
Eu, quando li no jornal, achei o mesmo que a polícia. Mas depois, uma noite, ela bate-me à porta. Digo uma noite, porque por esta altura só os mortos eram meus clientes. E como os mortos só saem à noite, decidi abrir o escritório só à noite. E lá vinha ela, saindo do escuro do corredor, vestida de cabedal, chicote na mão, e correntes nos pulsos. Fazia um barulho dos infernos a andar. A palavra que me deixou foi “prazer”. Obrigado. Bastaram dois dias até estar em todos os jornais. Uma carta anónima revelara o que o filho não dizia por vergonha. Mantinha uma relação incestuosa de carácter sado-masoquista com a mãe. E efectivamente tinha-a matado, por asfixia. Mas por acidente. Morta num acto de paixão. De amor, talvez. Estranho, as coisas que os mortos querem. Parece que o seu grande fetiche é repor a verdade.
Pergunte-se a si mesmo.
O que faria se lhe batessem à porta. Fossem abrir. E vissem um indivíduo de pala no olho, traje renascentista. Uma cara que era familiar, mas não reconheciam exactamente. Como me aconteceu a mim ontem. O nome andou-me enrolado debaixo da língua. E depois lá saiu. Camões! Era a primeira vez que tinha um famoso ali. Pessoas que saiam no jornal, ainda era uma coisa. Agora, logo um homem dos livros. Logo o grande poeta do meu país! Obrigado. E que palavra me deixa ele? “Dignidade”. Obrigado.
Pergunte-se a si mesmo o que faria nessa situação.
Eu sei o que fiz. Dei um murro na mesa. E queixei-me. “Dignidade? Mas que raio de pista é essa?” Mas com o tempo já me tinha habituado que aos mortos não é permitida mais que uma palavra, se tanto. São os vivos, ou neste caso, eu, que tenho que preencher as outras nas suas frases. Felizmente, eles parecem livres para nos deixar outros elementos. Camões tirou um livro do peito e deixou-me em cima da mesa, com a contracapa voltada para cima. E levantou-se. Libertei-o.
Pergunte-se a si mesmo.
Que livro era esse? Hans Christian Andersen - Uma visita a Portugal em 1866. A passagem em destaque, essa era muito explícita. E tinha todas as palavras que o pobre Camões não podia dizer.
Na parte alta e frequentada da cidade será erguido um monumento a Camões. (...) Perguntei: - O escravo de Camões terá também aí lugar? - imaginei-o sentado na base, com a mão estendida, como quando Camões vivia, se sentava nas ruas para o senhor pobre e abandonado, quase a morrer de fome. -Essa imagem, responderam-me, constituiria uma reprovação contínua à nação, que não cuidou, enquanto vivo, do seu grande poeta.
Larguei o livro e saí do escritório. Fui dar um passeio a pé. Por horas da madrugada. Quando já ninguém se vê nas ruas. Afinal, da Rua da Palma à estátua do poeta vai um curto tempo. O mesmo curto tempo que se leva a reparar no monumento. Pequeno para a dimensão da praça, harmonioso com o espaço, elevado e gratificante. Depois de ter visto Camões nos olhos, aquele da estátua parecia-me um impostor. Uma imagem colada a uma cidade que lhe foi madrasta. E divaguei, sentado num banco, com pensamentos abstractos. Pensei em metáfora. Pensei em todas as figuras de estilo. Entristeci enquanto amanhecia. Curioso, tinha passado tanto tempo a trabalhar de noite, que só naquele dia voltei a reparar no azul do céu. Com que facilidade a gente esquece as coisas mais óbvias da vida, espanta-me.
O que faria nesta situação?
Eu sei o que fiz. Voltei ao escritório já manhã. Devolver-lhe a dignidade que ficou perdida na história implica tingir o branqueamento da biografia do homem. Implicaria, talvez, derrubar-lhe a estátua. Implicaria derrubar o imaginário de toda a gente. Isso é demasiado. Achei que há casos tão grandes que não sou eu sozinho que os vou resolver. Fechei o escritório. Estou só a meter os últimos dossiers numa caixa de papel. Vou largar este maldito escritório da Rua da Palma. Obviamente já ouviu falar, porque se está a ler esta carta que vou deixar aqui, na gaveta da mesa, é porque é o novo ocupante dele. Obrigado por me ler, e por me libertar do peso de um segredo, do peso de uma missão. Resta-me desejar-lhe boa sorte.
Pergunte-se a si mesmo o que faria nessa situação que lhe contei, porque por certo vai ver-se nela. Eu, por mim, fartei-me de repôr verdades e lutar contra injustiças. Eu sou só um contabilista. As pessoas vão sempre ver o que querem ver. E achar o que querem achar. Por isso, vou voltar para o meu mundo certo da contabilidade. Os números não mentem. E também não morrem. Não arrastam segredos consigo. E por isso as pessoas não podem criar fabulações mentirosas à volta dos números. Nem interpretá-los como lhes apetece. Pelo menos, assim espero.
Obrigado.
António Azul
Sem comentários:
Enviar um comentário