quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Desafio III - Resposta

Dissertação

Tema: Emoções humanas

Começo por apresentar a frase que deu origem o trabalho em seguida apresentado:

“Mais longe do que o fim do mundo está o fim do coração”

Dir-me-ão os racionalistas que não há grandes temas a abordar a partir desta frase. Está errada, o coração está aqui bem perto de nós, sinto-o neste momento a bater compassado no meu peito. O fim do mundo, a linha do horizonte, é algo que nunca vamos alcançar, por mais que andemos estará sempre muito, muito longe. Deduzimos então que pouco deve haver que esteja ainda mais longe.

Ah, mas a beleza da língua! A profundidade da simples expressão “fim do coração”. A metáfora que nós humanos damos a um órgão, a responsabilidade que lhe damos sobre os nossos sentimentos, as nossas emoções.

Digo desde já que por mais páginas que acrescente a este trabalho, nunca conseguirei chegar ao verdadeiro significado de todas estas emoções. Ao fundo do coração, por assim dizer. Acho que ninguém consegue.

Podia descrever, analisar, cortar os sentimentos aos pedaços e tentar compreendê-los. Impossível. Eles são algo que sentimos, mas não sabemos explicar. Algo que nos dá arrepios, que nos faz chorar, que nos faz rir. Que nos faz matar, que nos faz viver. Que nos faz correr pela chuva berrando em desespero, ou ficarmos felizes com um simples abraço. Não é algo material, nem imaterial. Existe mas não existe, porque não se pode prender, tocar ou ver. Eles aparecerem, tornam-nos loucos e obrigam-nos a fazer coisas impensáveis.

Agora que penso bem no assunto, onde é que eu vou com estas divagações todas? Já cheguei à conclusão: nunca conseguiremos compreender os sentimentos na sua totalidade. Não dá, é uma regra. Nem sei porque continuo a escrever. Talvez o som da caneta no papel me faça sentir bem. Me encha algum vazio no coração. No entanto, acho que ele já está sobrecarregado com tudo por que o faço passar.

Não vale a pena continuar. Ninguém há-de ler isto, pois vou amachucá-lo e atira-lo para o lixo. Penso apenas que estava a precisar de divagar.

Dou então a tese por concluída, há demasiado a dizer sobre os sentimentos e eu nunca conseguiria fazê-lo bem.


P.S.: Penso que este ainda agora se chama desamparo. É já alguma coisa.

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