domingo, 3 de janeiro de 2010

Desafio II - resposta

"I accept chaos, I'm not sure whether it accepts me"

Ele disse: “Existimos para transformar o caos em ordem, percebes?”
Ela não percebia.
Talvez tivessem os conceitos trocados. Talvez a ordem fosse o caos dele.
“Queremos facilitar a vida das pessoas, percebes?”
Ela não percebia. Olhava as barreiras estruturadas. As fronteiras delgadas. Um arco-íris que morria entre as suas sete cores.
Talvez o caos dela fosse a ordem dele. Talvez tivessem os conceitos trocados. Talvez o caos fosse esse.
“Precisamos conhecer o fim para construir o início”
Mas ela não percebia. Construía o fim sendo o início. E o início era o meio. Ou o Nada.
Talvez não fossem os conceitos. Talvez fosse ela quem estivesse trocada.
“Eu sei que consegues fazer isto. É apenas colocar o caos em ordem”
Mas ela não conseguia.
Aquela ordem não a entendia.
Aquele caos não estava preparado para ela.

1 comentário:

  1. "Talvez a ordem fosse o caos dele"

    Dificilmente algo é mais caotico que a ordem. É uma ilusão, a ordem. É o mais profundo caos.

    Tenho a dizer que gostei imenso da forma como exploraste o conceito de caos e ordem. Porque caos é um tipo diferente de ordem, apenas.

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