quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Desafio XXXIII- Resposta

Não existem coincidencias porque te moves sempre num intuito de preencher um proposito. Não existem coincidencias porque tudo é fundamentado.
É verdade que este dia infértil define quem não és mas tambem é verdade que isso é uma escolha sensorial tua. Porque quando a maioria dos teus semelhantes aproveita as reminiscencias deste vazio para decidir quem são tu afastas-te do que nao és. E isso é uma escolha tua que não existe, coincidencias não existem.
É certo que este é so um mau dia. Objectivamente. Com propósito nenhum. A tua fome primitiva de satisfazer pequenas curiosidades avassaladoras perde importancia perante a triste fatalidade desta vertente cinzenta da vida. Mas esta realidade é muito maior que tu, atribuis-lhe significado. Só isso. E apenas isso. Esta realidade existe para alem de ti, depois de ti. E tu sabe-lo tao bem ao ponto de, inatamente, este dia ser um dia vazio. Sabes a extensao da tua impotencia, da tua fragilidade.
Porem não es como os outros. Procuras o que és e não quem és, coincidencias não existem. Há certos erros pequenos existenciais que nunca cometes, compreendes perfeitamente que escolhes a equação matemática que se adequa melhor, que soa melhor, a mais correcta. E depois realizas pequenos e discretos testes para garantires a validade da resposta. Procuras a calma e a segurança de uma equação para encontrares a resposta que sentes mas não consegues ver. Mas nunca te esqueces que foste tu que escolheu a equaçao , não o inverso.
Reconheces que esta realidade é muito maior que tu e que, por sua vez, a matemática é abstracta e intemporal. Está muito para alem de qualquer realidade. A verdade é que tu escolheste a equação, procuraste uma resposta válida e verdadeira. Isso torna-a correcta mas não demonstra a sua exclusividade. Porque a equaçao responde-te a um problema que só tu sabes qual é. O facto de estar correcta apenas prova que foi uma escolha tua porque os acasos não existem. Não existe necessariamente uma relação estreita entre a realidade e a matematica porque tu és fragil. E apercebes-te que precisas de , inconscientemente, atribuir significado a tudo. Não existem acasos porque não sabes o que existia antes de poder existir o acaso.Nao consegues ser imparcial ou pensar, intrinsecamente, como se tu não fosses tu, os acasos não existem porque não sabes se eles verdadeiramente existem. A matemática é infalível e tu dás-lhe um porque ocasional .
Existem dias assim. Inférteis. Mas tu decidiste que estes momentos de chuva densa definiam o que eras. E quem não eras. E não és isto, alguem demasiado fraco para assumir que morre e que a matematica é a realidade suprema por ser abstracta que consegue prever a tua morte e existir para alem da compreensao do teu cerebro. A concisao e exactidao matematicas são utilizadas para estabelecer as leias da tua realidade, são usadas como referencial. Nunca o inverso.

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