Éramos tão jovens.
Demos as mãos caramelizadas pela amizade. Ríamos das nossas caras deformadas nos espelhos do labirinto que percorríamos. Os caminhos eram escolhidos por instinto nas múltiplas bifurcações de momentos. O próprio Dédalo não faria melhor.
Hoje eu sou um Ícaro que sobrevoa melancolicamente o labirinto. E que te vê rir para os mesmos espelhos, enquanto tens a sorte de não ser devorado pelo Minotauro.
Às vezes, tenho saudades.
Mas as promessas que fizeste, já as tinhas quebrado. As minhas saudades são o medo disfarçado de enfrentar o Sol que me espera.
Às vezes, tenho saudade.
Mas não posso desperdiçar o meu tempo. Já não há nada em ti que me dê sede.
A verdade é que nunca houve. Eu tenho a morte para conquistar.
Tu nunca viste a tua cara deformada no espelho.
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