"Nada do que se sonha é tao estranho como aquilo que se vê"
Quando se sentou naquele café com ele soube que nada seria igual ao que tinha sido. Conhecia-o vagamente de vista, eram vizinhos, viam-se frequentemente mas tornaram-se amigos (primeiro) numa festa qualquer. Aconteceu tudo de uma forma tao estranha e genuina que não lembrava nenhum livro cheio de um romance dramatico. Por isso é que o sorriso dele a encantava. Não tinha visto nenhum sorriso como o dele, como aquele meio sorriso fundo cheio de desafio, amor e timidez. E profundidade. Uma profundidade que o cabelo desalinhado dele não preve a não ser que se repare nos peculiares pormenores dele que demonstram uma genialidade lucida que a loucura encobre.
Ela tremeu levemente quando olhou para os olhos azuis dele e ele sorriu, deu-lhe aquele meio-sorriso que so ele tinha. As conversas que tinham eram leves e, inesperadamente profundas. A voz dele era sempre de seda quando falava com ela e as maos enormes ganhavam uma suavidade que a fazia querer acariciar a pele branca. Mas nada do que fazia era convencional, não , muito pelo contrário. Tudo o que conquistou dela conquistou por não ser convencional, por ter sido sempre honesto, por ter sido sempre ele. E, ela sempre pensou, que so se apaixonaria por um monstro, um monstro reflexo dela. Alguem cruamente perspicaz, alguem cheio de uma beleza dificil de se aceitar por ser muito maior que este Universo. Ela sempre amou monstros e ele era um monstro com uma textura diferente. Era simplesmente louco, ele. A imaginaçao voava com frequencia, a realidade facilmente perdia lugar a uma ideia para a proxima banda-desenhada que criaria. E era muito grande, muito bruto, muito pouco romantico. Menos quando falava com ela, quando era com ela ele ganhava uma qualquer sensibilidade que o tornava encantador sem o tornar minimamente comum. Ninguem era igual a ele, nada era comparavel ao longo, vermelho e eternamente despenteado cabelo dele. Nada se comparava a agressividade que ele demonstrava quando um principe , cheio daquelas caracteristicas baratas que encantam as meninas nas historias de encantar, se aproximava dela. E era entao que ela se apercebia que havia um pouco de monstro nele. como havia nela.
Nunca pensou ama-lo. Ela gostava de monstros, talvez por se identificar com eles, talvez por conseguir salva-los da melancolia existencial ao quebrar uma solidao que se instala quando se cresce a parte da sociedade. Mas nunca sonhou que amaria um louco, um louco como ele era. Nem no seu sonho mais excentrico alguma vez pensou que um louco, um sonhador acordado como ele era, podia ter tantas ideias lucidas em comum com ela. Nunca sonhou que o rapaz que morava no predio em frente que ouvia as suas musicas preferidas e passava a vida a imaginar situaçoes de banda desenhada podia ser a pessoa, no mundo inteiro, que mais semelhanças tinha com ela. E amava-o. Não, nunca imaginou isso ela.
Ele acariciou-lhe a mao. A dela era tao mais pequena que a dele, perdia-se inteiramente na enorme branquidao da mao dele. Afinal, ela era o monstro, sempre fora o monstro.
Sempre comentara que o vizinho doido que morava em frente a ela era dono de uma beleza diferente das outras. Mas nunca imaginou ficar presa a algo tao diferente, tao excentrico, tao anti-social. Mas viu isso acontecer e o meio sorriso dele afastou-lhe todos os pensamentos. Nunca ela pensou nisto, nesta realidade em que é ela o monstro. Sonhou tantas vezes, tantas cenas excentricas, tantos cenarios diferentes mas nenhum onde ela fosse o monstro e a bela fosse louca. Loucamente lucida . Mas nada do que se sonha é tao estranho como aquilo que se ve, as vezes.
Quando se sentou naquele café com ele soube que nada seria igual ao que tinha sido. Conhecia-o vagamente de vista, eram vizinhos, viam-se frequentemente mas tornaram-se amigos (primeiro) numa festa qualquer. Aconteceu tudo de uma forma tao estranha e genuina que não lembrava nenhum livro cheio de um romance dramatico. Por isso é que o sorriso dele a encantava. Não tinha visto nenhum sorriso como o dele, como aquele meio sorriso fundo cheio de desafio, amor e timidez. E profundidade. Uma profundidade que o cabelo desalinhado dele não preve a não ser que se repare nos peculiares pormenores dele que demonstram uma genialidade lucida que a loucura encobre.
Ela tremeu levemente quando olhou para os olhos azuis dele e ele sorriu, deu-lhe aquele meio-sorriso que so ele tinha. As conversas que tinham eram leves e, inesperadamente profundas. A voz dele era sempre de seda quando falava com ela e as maos enormes ganhavam uma suavidade que a fazia querer acariciar a pele branca. Mas nada do que fazia era convencional, não , muito pelo contrário. Tudo o que conquistou dela conquistou por não ser convencional, por ter sido sempre honesto, por ter sido sempre ele. E, ela sempre pensou, que so se apaixonaria por um monstro, um monstro reflexo dela. Alguem cruamente perspicaz, alguem cheio de uma beleza dificil de se aceitar por ser muito maior que este Universo. Ela sempre amou monstros e ele era um monstro com uma textura diferente. Era simplesmente louco, ele. A imaginaçao voava com frequencia, a realidade facilmente perdia lugar a uma ideia para a proxima banda-desenhada que criaria. E era muito grande, muito bruto, muito pouco romantico. Menos quando falava com ela, quando era com ela ele ganhava uma qualquer sensibilidade que o tornava encantador sem o tornar minimamente comum. Ninguem era igual a ele, nada era comparavel ao longo, vermelho e eternamente despenteado cabelo dele. Nada se comparava a agressividade que ele demonstrava quando um principe , cheio daquelas caracteristicas baratas que encantam as meninas nas historias de encantar, se aproximava dela. E era entao que ela se apercebia que havia um pouco de monstro nele. como havia nela.
Nunca pensou ama-lo. Ela gostava de monstros, talvez por se identificar com eles, talvez por conseguir salva-los da melancolia existencial ao quebrar uma solidao que se instala quando se cresce a parte da sociedade. Mas nunca sonhou que amaria um louco, um louco como ele era. Nem no seu sonho mais excentrico alguma vez pensou que um louco, um sonhador acordado como ele era, podia ter tantas ideias lucidas em comum com ela. Nunca sonhou que o rapaz que morava no predio em frente que ouvia as suas musicas preferidas e passava a vida a imaginar situaçoes de banda desenhada podia ser a pessoa, no mundo inteiro, que mais semelhanças tinha com ela. E amava-o. Não, nunca imaginou isso ela.
Ele acariciou-lhe a mao. A dela era tao mais pequena que a dele, perdia-se inteiramente na enorme branquidao da mao dele. Afinal, ela era o monstro, sempre fora o monstro.
Sempre comentara que o vizinho doido que morava em frente a ela era dono de uma beleza diferente das outras. Mas nunca imaginou ficar presa a algo tao diferente, tao excentrico, tao anti-social. Mas viu isso acontecer e o meio sorriso dele afastou-lhe todos os pensamentos. Nunca ela pensou nisto, nesta realidade em que é ela o monstro. Sonhou tantas vezes, tantas cenas excentricas, tantos cenarios diferentes mas nenhum onde ela fosse o monstro e a bela fosse louca. Loucamente lucida . Mas nada do que se sonha é tao estranho como aquilo que se ve, as vezes.
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